Espero que essa cartinha lhe encontre numa "muito boa". E você sabe baseado em quê estou dizendo isso, não sabe?

É tão danada de boa que quase me trouxe um problemão: a gargalhada geral das platéias encobria os diálogos seguintes e ninguém escutava o que os outros personagens diziam. Mas não se preocupe porque isso eu resolvi na montagem. E já que sou homem de matar a cobra e mostrar o pau, também quero que você assista o filme, que é pra não ficar achando que estou de bajulação barata.
Uma vez João Gilberto Noll me disse: "Minha obra não é autobiográfica, mas também não veio do nada". Digo isso porque preciso lhe confessar outra coisa: a Vovó Jura que você interpretou é, na verdade, a minha Vovó Rosa. (...) Pronto, falei!

Meu problema é que eu não queria dar bandeira, mas, muito cá entre nós, eu estava buscando lá no fundo da alma uma forma de homenagear a minha vózinha do coração. E, graças a você, querida, conseguimos. Não acredita? Olha ela aí.

Ah, só pra terminar, prometo que ainda este ano vou escrever o roteiro de "Virginia e as Virginetes". Virgínia Lane vai adorar a idéia e vamos arrasar com nossa trupe de estrelas "decadentes" viajando pelo Brasil dos anos 60. Sei que eu já disse isso antes, mas você sabe como são os roteiros, não sabe? São eles que escrevem a gente.
Beijos, minha linda. E fique com Deus.