quinta-feira, 4 de junho de 2009

O Kung Fu morreu.

Puxa, acabei de ler a notícia de que o ator David Carradine morreu em Bangoc, Tailândia. Especula-se sobre suicídio por enforcamento.

Quando eu estudava interno no Colégio Militar de Belo Horizonte, em 1974 e 75, éramos obrigados a dormir às 22hs, exceto às quartas-feiras, quando a Globo exibia a série "Kung Fu" no horário nobre das dez.

A sala de TV do dormitório do CMBH era pequena para acomodar os 150 meninos de 10 a 15 anos, todos alunos das 4ª e 5ª séries da minha época - hoje são 5º e 6º Anos respectivamente, mas antes de mim eram os 1º e 2º Ginasiais.



No seriado, Carradine vivia um chinês fugitivo que circulava pelo Velho Oeste americano. Ele havia sido preso sei lá porque e escapou de um contingente de trabalho forçado que construía ferrovias. Cada episódio tinha um conflito entre o bem (ele, é claro) e o mal, cuja solução vinha de lembranças (flash-backs) dos ensinamentos de seu mestre xaolim (cego, diga-se de passagem).

O mestre chamava o menino David pela carinhosa alcunha de "Gafanhoto" e o submetia às maiores roubadas para viver e aprender. A derradeira delas, pela qual ele ganharia as cobiçadas marcas de dragão nos braços, era carregar um caldeirão de mais de 200 quilos de brasas ardentes (clique na foto acima para ver a abertura do seriado no Youtube).

Todos nós queríamos ser o Gafanhoto. Havia brigas de socos, pontapés, bandas e rasteiras por causa disso, com horário e local marcado, lutas acompanhadas de platéia seleta. Acho até que havia apostas de chicletes ou cigarro a varejo. Mas isso é outro assunto.

3 comentários:

Carlos Alberto Mattos disse...

Cheguei agora no blog e já me encontrei no velho culto ao Kung Fu. Uma lágrima por Carradine. Como se esquecer dele cantando "I'm Easy" no Nashville do Altman?
Vida longa ao Blodega do Corsário.

Marcelo Laffitte disse...

Salve, Carlinhos.
Seja bem-vindo e volte sempre.

Quer dizer que você também acompanhava Kung Fu? Eu achava o máximo.

Você se lembra qual crime o Gafanhoto cometeu no velho oeste para viver fugindo?

Wilton Garcia disse...

Quando há opressão e isso se confunde com a projeção, o desejo pode ressaltar... Olhar para o filme como modelo de uma experiência adolescente faz parte do nosso caminhar. Ave blogeiro!!!
Wilton Garcia