segunda-feira, 15 de junho de 2009

Caramelo

Instigado por Carlos Alberto de Mattos, fui investigar Nadine Labaki na internet. Descobri, como disse um visitante do "...rastros", “uns olhos que cabem o mundo”. Resolvi ver Caramelo.




Fui ontem, domingo, no Shopping da Gávea, sessão das 19:50, horário nobilíssimo. Cheguei com hora de adianto, mas quase sou obrigado a sentar nas poltronas de avião da primeira fileira: mais de 90% dos ingressos vendidos. Fiquei me perguntando qual é a taxa de ocupação média das salas de cinema? Decidi tomar um café.


Com a fila do caixa com mais de 20 pessoas e o balcão lotado, fui na padaria da Marquês de São Vicente. Aproveitei a rua e comprei três tubos de jujuba por R$ 1,89 nas Lojas Americanas - além de fumar quatro cigarros, é claro.


Às 19:40 subi e fui o primeiro a sentar. Em poucos minutos a sala encheu e a sessão começou no horário. O de sempre: propaganda, trailler, propaganda, trailler, propaganda, filme. Boa projeção, mesmo que digital. Por que o ingresso de filme digital é o mesmo preço de 35MM? O custo do distribuidor não é bem menor com cópias, fretes e manutenção? Por que não dividir um pouco com o consumidor esse lucro extra das novas tecnologias?


Enfim, o filme. Se não me falha a memória, foi produzido com recursos do governo do Líbano, do Fond Sud, do CineFoundation e outros, ou seja, um excelente B.O. libanês. Simples, belo, sensível e doce. Doce como caramelo. E bem filmado, com técnica e com arte.


Acima de tudo, Caramelo tem Nadine Labaki atrás, na frente, em cima, embaixo e entre.



Mas o que me ficou do filme até agora, 18 horas depois de tê-lo visto, é um grito silencioso de uma parte da sociedade libanesa que deseja mudanças culturais, mas ao mesmo tempo aprende a ser feliz com a vida que há. Nenhuma rebeldia cultural, apenas um longo e aliviante suspiro feminino cristão. Afinal, estamos falando de uma cultura que é o berço de quase todas as demais e de uma região onde surgiram o judaísmo, o cristianismo e o muçulmanismo. Talvez por isso, mudanças culturais não sejam tão banalizadas quanto as que estamos acostumados a ver.





4 comentários:

Carlos Alberto Mattos disse...

E aí, também se apaixonou pela moça? E a canção dos créditos finais também é um doce, não?

Marcelo Laffitte disse...

Mariana me belisca se eu responder.

De um modo geral, a trilha é ótima, mas a música que embala a cerimônia de casamento é a melhor de todas.

O som também é muito bem editado, principalmente as pulseiras de Layale.

Imagina aquela moça te abraçando com aquelas pulseiras todas fazendo uma verdadeira sinfonia percussiva. Dá pra ter sonhos, não dá?

heitor disse...

laffitte, já que vc embarcou no clima nadine labaki, divirta-se com os clipes que ela dirigiu (todos com legenda em inglês):

- http://www.youtube.com/watch?v=c7W0v5jiRzg&feature=PlayList&p=24A1CB579157EDB1&index=12

- http://www.youtube.com/watch?v=rQQsQTGcWLE&feature=PlayList&p=24A1CB579157EDB1&index=11

- http://www.youtube.com/watch?v=igMMnZ-KXAY&feature=PlayList&p=24A1CB579157EDB1&index=18

- http://www.youtube.com/watch?v=Wae5Vm2EuMA

Marcelo Laffitte disse...

Caramba, Heitor.
Vi todos e agora eu tenho dois problemas platônicos: Nadine Labaki e Nancy Ajram.

Que mulher é essa?! Imagina acordar naqueles lençóis brancos do último clipe?

Preciso exibir Elvis'e'Madona em algum festival de Beirute. Tem festival em Beirute?